Há treze anos, os amantes do bom bacalhau e do bom vinho foram presenteados com o restaurante D´Bacalhau, em Lisboa. À frente da casa está o empresário Júlio Fernandes, o Chefe Júlio.

O menino que foi criado pela tia costumava ficar na cozinha observando ela preparar suas receitas, e muitas vezes era afastado de lá, porque naquela época, a cozinha não era coisa para homem. Que bom que o mundo mudou, pois ganhamos muito com os homens na cozinha.

Localizado numa zona nobre de Lisboa, no Parque das Nações, o D´Bacalhau é hoje uma referência na gastronomia lisboeta. Todos sabemos que bacalhau é coisa séria para o português, e ciente disso, Júlio Fernandes toma todo cuidado na escolha dos produtos e cuida pessoalmente das compras para o restaurante.

O sucesso do D´Bacalhau deve-se à excelente comida servida e ao carisma e experiência de Júlio Fernandes, que gere tudo com muito zelo. Sempre atento a tudo o que acontece dentro da cozinha e dos salões, ele é muito presente na vida dos funcionários, solidário com todos a sua volta. Talvez por ter começado a trabalhar muito cedo, aos 14 anos, como máquina de lavar louça, numa pastelaria em Lisboa.

Ainda jovem, passou por restaurantes importantes como os Gambrinos, que ainda existem, e mais tarde foi gerente de mesa do antigo restaurante Monumental. Mesmo gostando muito do que fez, teve que mudar de área, por motivos financeiros, e foi trabalhar como motorista na Carris (empresa de transporte público urbano); em seguida, trabalhou no Crédito Predial Português (atual Santander Totta) e foi líder sindical, lutando muito pela categoria dos motoristas.

Depois de ter uma vida já organizada e os filhos criados, aceitou o desafio feito pelo filho e pelo sócio Henrique Fernandes de voltar para a sua verdadeira paixão, a gastronomia. Assim nasceu o D´BACALHAU. As experiências e o conhecimento em outras empresas serviram de ingredientes para suas receitas de vida. Durante os dias difíceis da pandemia, por exemplo, o Chefe do D´BACALHAU foi para as ruas e para os hospitais em ações de solidariedade, levando comida e amor para quem estava cuidando dos doentes. Cuidar do outro parece ser um propósito de Júlio Fernandes que alinha o discurso com suas atitudes. No seu restaurante, que dá formação aos alunos de gastronomia, também há espaço para inclusão profissional e social onde costuma acolher pessoas com alguma deficiência, mas que ele acredita, que podem ser inseridas no grupo.