Sífilis: Consequências e Prevenção para a Saúde das Mulheres
É importante abordar a sífilis como uma infecção sexualmente transmissível que pode ter consequências graves para a saúde das mulheres. A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida através do contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada.
Uma característica preocupante da sífilis é a sua capacidade de passar despercebida em estágios iniciais, o que aumenta o risco de transmissão e complicações futuras. Por isso, as mulheres devem fazer exames regulares, incluindo testes específicos para detecção da sífilis, durante as consultas ginecológicas de rotina.
Os sinais e sintomas iniciais da sífilis podem incluir uma lesão genital indolor chamada de cancro, que geralmente aparece algumas semanas após o contágio. No entanto, é possível que essa lesão não seja notada ou associada a outras causas, o que dificulta o diagnóstico preciso. Por isso, é necessário monitorar atentamente qualquer alteração ou lesão na área genital e buscar orientação médica em caso de dúvida.
Se a sífilis não for tratada, ela pode evoluir para estágios mais avançados, com manifestações sistêmicas que afetam todo o organismo. Nesses estágios, a infecção pode causar problemas neurológicos, cardiovasculares e ósseos, afetando diretamente a saúde das mulheres.
Além disso, a sífilis durante a gravidez apresenta riscos adicionais tanto para a gestante quanto para o feto. Mulheres grávidas com sífilis não tratada têm maior probabilidade de sofrer aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação fetal e até mesmo transmitir a infecção para o bebê durante o parto. Por isso, é fundamental que todas as gestantes façam exames para sífilis no início e durante a gravidez, a fim de garantir o tratamento precoce, se necessário.
O tratamento da sífilis é feito com antibióticos específicos. Quando detectada precocemente, a sífilis pode ser tratada de forma eficaz, evitando complicações futuras. No entanto, é importante ressaltar que o tratamento adequado não confere imunidade à infecção, portanto, medidas de prevenção, como o uso de preservativos em todas as relações sexuais, continuam sendo essenciais para evitar a transmissão.
Portanto, é meu papel como ginecologista alertar sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis. A conscientização sobre essa infecção e a busca por cuidados médicos regulares são fundamentais para garantir a saúde sexual e reprodutiva das mulheres.
Texto: Dra. Maria Cecilia Hessel Lopes @maria_cecilia_hessel_loppes
Imagem: Freepik